Não faz muito tempo que tive a oportunidade de fazer um convite a cantora baiana Maria Bethânia Viana Teles Veloso, nossa querida Maria Bethânia. Ela aceitou o convite e fez uma bela homenagem a Krajcberg narrando a história do artista. A cantora disse se sentir comovida com o convite na época e emprestou sua voz a causa Krajcberg, contribuindo para deixar o contexto do filme “O Grito Krajcberg” ainda mais bonito e poético.
Ela é filha de Santo Amaro da Purificação, Bahia e nasceu no dia 18 de Junho de 1946. É a caçula do casal José Teles Veloso (Seu Zezinho) e Claudionor Viana Teles Veloso (Dona Canô). Seu nome foi uma inspiração do irmão, o cantor Caetano Veloso. O irmão de Bethânia buscou referência na Valsa Maria Betânia do compositor Capiba, música de grande sucesso na interpretação de Nelson Rodrigues. Na primeira vez que Bethânia se apresentou, atuando comoatriz no teatro do colégio, foi dirigida por Emanoel Araujo, artista plástico que conviveu com a cantora na infância.
Com apenas 18 anos saiu de Santo Amaro rumo ao Rio de Janeiro para substituir Nara Leão, num notável espetáculo do Teatro Opinião em 1965. Menina acanhada, de poucas palavras, Bethânia deixou a platéia de queixo caído no momento que soltou a voz grave e selvagem para interpretar a música Carcará, de João do Vale e José Cândido. Neste momento, a menina santamarense mal entendia que alí consagrava uma carreira promissora, despontando como sucesso na MPB. O CD Maricotinha é uma homenagem ao mestre Dorival Caymmi e ao mesmo tempo, uma lembrança da menina que foi ao subir naquele palco e arrancar aplausos emocionantes ao cantar Carcará.
Este mês, no dia 28, a cantora fará uma apresentação do recital “Bethânia e as Palavras” no Teatro Vila velha, onde começou a carreira. Ao som do violinista Jaime Além e do percussionista Carlos César, a "Esfinge Baiana" como dizia o jornalista, Ronaldo Bôscoli vai recitar poemas e fragmentos de textos de autores como Fernando Pessoa, Guimarães Rosa, Manuel Bandeira, Sophia de Mello, Fausto Fawcett, entre outros.
Para melhor explicar vou pegar carona nas palavras de Adriana Calcanhoto ao fazer um comentário esotérico afirmando: "Ela tem um fogo sagrado".
Ema é verdadeiramente um abelha rainha...
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