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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Anna Letycia e sua arte da gravura!

Conheci Anna Letycia, no Rio ano passado, um doce, dona de um humor fora do sério. Conheci suas obras e conversei muito com a artista, a qual é amiga em comum de alguns artistas plásticos que conheço e admiro. Ela nasceu em Teresópolis, no Rio de Janeiro em 1929.
Foto: Krajcberg 

Estudou desenho e pintura na Associação Brasileira de Desenho do Rio de Janeiro, é uma gravadora, também foi aluna de Iberê Camargo, Osvaldo Goedi e Ivan Serpa. Na década de 50, passou a freqüentar o ateliê do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), coordenado por Edith Behring. Posteriormente passa a dar aulas no MAM/RJ entre 1960 e 1966. No Chile, foi professora de gravura na Pontifícia Universidade Católica do Chile, em Santiago, onde foi agraciada com o título de professora honoris causa em 1961.

Estive em Niterói recentemente e visitei o Museu do Ingá, lá tive a oportunidade de visitar uma exposição da artista, fiquei encantada com seu traço. Algom ligado ao equilíbrio, um movimento circular, uns caracóis – Um verdadeiro giro! Assim é a vida... Pesquisando identifiquei que Anna foi responsável pela instalação da Oficina de Gravura no Museu em 1977, onde permaneceu até 1998. Neste mesmo ano, a Editora da Universidade de São Paulo publica o livro intitulado Anna Letycia, de Angela Ancora da Luz. Além de idealizar e coordenar as oficinas também realizava atividades de cenografia e figurino.

“o que me encanta é a gravura. O artesanal, que depende inteiramente de você, da sua dedicação”. Diz a artista.  

Ao longo da trajetória artística, se dedicou à gravura em metal. Um processo que exige bastante técnica e equilíbrio. Com uma chapa de metal na parede, ela desenha, depois deposita a chapa nos ácidos para até ser corroída. Em seguida, ela pega a chapa toda roída, aplica uma tinta e copia. Ela domina bem...

A artista representou o Brasil duas vezes na Bienal de Veneza. Foi muito aclamada com suas gravuras na época. Hoje diz que não vive da arte, foi funcionária pública e faz sua arte por diversão, por pura paixão. É aquilo que costumam dizer, alguém com a verdadeira alma de artista. 

Fotos: reprodução







segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Poty deixou uma mensagem de esperança!

A mãe dele tinha um restaurante muito freqüentado por artistas e intelectuais na época, o que contribuiu para a maturidade artística do menino que mais tarde se tornara um artista conhecido mundialmente. O seu pai era ferroviário e perdeu um dos braços em um acidente. O nome da pessoa que tenho o prazer de lhes apresentar é Napoleon Potyguara Lazzarotto, nosso Poty, um artista visual brasileiro, curitibano, filho de pais italianos. Nasceu no dia 24 de março de 1924. Criança se interessa pelo desenho e já demonstra talento nas artes plásticas.
Ao perceber a sensibilidade de Poty com 18 anos de idade, o então governador do Paraná, Manoel Ribas, freqüentador do restaurante de sua mãe presentiou o jovem  com uma bolsa de estudos na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Posteriormente, o talento de Poty deu um salto em sua história, desta vez, o governo francês premiou o artista com uma bolsa na École Supérieure des Beaux-Arts, em Paris.

O pintor criou inúmeras serigrafias, gravuras, litografia e desenhos. A maioria das obras do artista ganhou amplitude se transformando em murais de concreto, vitrais, livros e painéis de azulejos monumentais.

Poty ficou reconhecido com o trabalho gráfico, o que contribuiu para inúmeras ilustrações de obras literárias realizadas por ele. Dentre seu projetos gráficos, destacam-se alguns: Euclides da Cunha, Jorge Amado, Machado de Assis, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Dinah Silveira de Queiroz, Mário Palmério, Alcântara Machado, Raquel de Queiroz, Dalton Trevisan, José de Alencar e outros escritores da época.

Participou de dezenas de Bienais e de mostras individuais e coletivas no Brasil e no exterior. Lecionou na Escola Livre de Artes Plásticas nos anos 50 e ministrou diversos cursos em vários Estados do Brasil.

Criou alguns painéis situados em espaços públicos, situados na Hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu, na Praça 29 de Março, no saguão do Aeroporto Afonso Pena, na Torre da Telepar e na Praça 19 de Dezembro (Curitiba).

Em 1988, antes de morrer com um câncer no pulmão, chegou a realizar uma ilustração para um cartaz encomendado pelo Hospital de Clínicas, em Curitiba, cujo objetivo, era mobilizar a doação de órgãos. Antes de morrer, deixou uma mensagem de esperança. Poty partiu, mas deixou uma história viva. 
Fotos: reprodução
Painel de Poty Lazzarotto na Praça 19 de Dezembro em Curitiba

 Painel de Poty Lazzarotto na SANEPAR - Praça das Nações Serviço de abastecimento de água da cidade (1996 Curitiba-PR )

 Inaugurado em maio de 1996, painel cerâmico do mesmo artista: "Curitiba e sua Gente", com 500 m², costura a paisagem do Setor Histórico com a identidade de seu povo.

Poty Lazarotto no Centro Histórico 


sábado, 19 de fevereiro de 2011

Miró um legado de uma arte Naif!

Joan Miró i Ferrà foi um dos maiores expoentes do pintores surrealistas no mundo, nasceu na capital catalã no dia 20 de abril de 1893, muito cedo começou a freqüentar a Escola de Belas Artes de Barcelona, a segunda maior cidade da Espanha após Madrid Em 1919 depois de concluir os estudos, como a maioria dos grandes artistas e mais atuantes na época, segue rumo a Paris, onde começou a ter contato profundo com o modernismo, era momento de se aproximar do fauvismo e dadaísmo. Conquistou a amizade de vários artistas surrealistas nos anos 20, entre eles André Breton.
Entre 1924-25 pintou Maternidade e O Carnaval de Arlequim criando uma linguagem simbólica  que no faz mergulhar numa art naïf (criação espontânea e ingênua), sem nos levar necessariamente ao profundo diálogo com o surrealismo, embora nesta mesma época tenha realizado sua primeira exposição surrealista. Só em 1944 começou a criar cerâmica e escultura. No dia 25 de dezembro de 1983 Miró morre e nos deixa um legado de uma bela fantasia Naif. 
O Carnaval de Arlequim
 Maternidade
 Guarden 
 O'Neill

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Cândido Portinari um Italo-paulistano!

Brodowski, situada no interior de São Paulo é o nome da cidadezinha que o pintor Cândido Torquato Portinari nasceu no dia 29 de dezembro de 1903. Filho de pais italianos, desde criança Portinari denotava inclinação para as artes plásticas, o que foi se aprimorando até a consagração como pintor internacional. Na adolescência, aos 14 anos começa a trabalhar na restauração de igrejas com alguns escultores e pintores italianos, aos 15 anos segue para o Rio de Janeiro para estudar na Escola Nacional de Belas Artes, nessa época ganha destaque e atrai olhares da imprensa e dos professores.
Com 20 anos de idade o pintor já havia conquistado a independência artística, rompia as barreiras das artes, despontava no cenário nacional, realizava inúmeras exposições, ganhou vários prêmios e recebeu elogios da crítica na época que publicava artigos em jornais e revistas. Entre os prêmios a medalha de ouro do Salão da ENBA - Escola Nacional de Belas Artes. Conquistou a medalha de ouro e uma viagem para a Europa, frutos da criação de uma tela com elementos acadêmicos tradicionais. Com a conquista chega a Paris e vive dois anos na capital francesa, período de profundo crescimento e amadurecimento intelectual. Conheceu Van Dongen, Othon Friesz e a uruguaian Maria Martinelli com quem se casou. Martinelli passou a atuar como marchand para que Portinari pudesse dedicar-se à pintura.
Em 1950 o artista apresentou problemas de saúde, quatro anos depois Portinari sofreu intoxicação com chumbo, substancia das tintas que utilizava para pintar. Contrariando os médicos, o pintor não se afasta das tintas e começa a trabalhar impulsivamente para expor em alguns países contribuindo para piorar sua convalescência e chegar a morte. As tintas que o consagraram lhe distanciavam deste mundo no dia 06 de fevereiro de 1962. 
O Lavrador, 1939

Meninos de Pipa 

Discovery Of The Land


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Thiago de Mello - um profeta da esperança

Hoje tive a alegria de conversar com um poeta brasileiro que admiro muito. Amadeu Thiago de Mello um dos poetas mais respeitados do Brasil, um amazonense ícone da literatura regional.

Foi tradutor de Pablo Neruda, grande amigo e colaborador, as obras de Thiago de Mello já foram traduzidas para mais de trinta idiomas. No período que ficou exilado no Chile Neruda escreveu alguns ensaios sobre Thiago.

Nasceu em Barreirinha no dia 30 de março de 1926. Foi um dos intelectuais presos durante a ditadura entre 1964-1985. Ganhou reconhecimento mundial como um ativista engajado na luta pelos Direitos Humanos.

Ainda exilado, fixou moradia na Argentina, Chile, Portugal, França e na Alemanha. Quando o regime militar chegou ao fim, Mello retorna à sua cidade natal, Barreirinha, onde vive até hoje em contato com a natureza.

Thiago de Mello é um profeta da esperança!

Imagens: reprodução



Os Estatutos do Homem

Artigo I 
Fica decretado que agora vale a verdade. Agora vale a vida, e de mãos dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira. 
Artigo II 
Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo. 
  Artigo III  
Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança. 
Artigo IV   
Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem. Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu. 
        Parágrafo único: O homem, confiará no homem como um menino confia em outro menino. 
Artigo V  
Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura de palavras. O homem se sentará à mesa com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa. 
Artigo VI  
Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta Isaías, e o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.
Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo. 
Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor. 
Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.
Artigo X
Fica permitido a qualquer  pessoa, qualquer hora da vida, uso do traje branco. 
Artigo XI
Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã. 
Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela. 
Parágrafo único: Só uma coisa fica proibida: amar sem amor. 
Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal 

para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou. 

Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem.

Santiago do Chile,  abril de 1964

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Hoje tem a exibição do documentário Alaíde do Feijão no SEBRAE


Fonte: Instituto Maria Preta


O Sebrae-BA e o Instituto Maria Preta realizarão uma sessão técnica do videodocumentário Alaíde do Feijão no dia 14 de fevereiro, segunda-feira, às 18h, no auditório Orlando Moscozo, no Edifício Sede do Sebrae Bahia, em Salvador. A sessão contará com as presenças do diretor e publicitário João Silva, do diretor geral do IRDEB, Pola Ribeiro e do superintendente do Sebrae Bahia, Edival Passos. [...]


A quituteira baiana Alaíde do Feijão é a estrela do vídeo realizado pelo publicitário João Silva, O vídeo foi lançado com casa cheia 31 de Janeiro, segunda-feira,no Multiplex Iguatemi. O vídeo enfatiza a importância da feijoada na gastronomia brasileira, contando sua história e peculiaridades. As gravações aconteceram na casa de Alaíde, na Feira das Sete Portas e no Pelourinho, onde fica o restaurante da quituteira e onde habitualmente ocorrem as edições anuais do evento “Quitanda do Saber”.

Com 26 minutos de duração, o vídeo já tem exibição programada também pela TVE e TV Brasil. Além de contar a trajetória de Alaíde, especialista em feijoada desde quando, ainda menina, ajudava a mãe a vender a iguaria na porta do Elevador Lacerda, o documentário conta com depoimento de diversas personalidades baianas, entre as quais Póla Ribeiro, diretor do Irdeb, e Antonio Carlos “Vovô”, presidente do Ilê Aiyê.

Segundo o publicitário e diretor João Silva, o vídeo documentário mostra “como um dos principais pratos da culinária brasileira contribui para a resistência e promoção cultural de um povo.”

João se disse muito feliz com essa sua primeira incursão na sétima arte e ressalta a importância de Pepito Gonzáles e Jorge Alfredo na realização do documentário, alem da paciência de Alaíde que é uma verdadeira rainha negra da Bahia.



Fotos reprodução do facebook do Instituto Maria Preta






Ficha Técnica:
Realização: Instituto Maria Preta
Produção: Fundo de Quintal e Maria Comunicação
Argumento e montagem: Jorge Alfredo
Direção de fotografia: Pepito Gonzales
Edição: Wandilson Dica
Finalização: Igor
Direção: João Silva

Inauguração da nova expografia do Museu Ilê Ohum Lailai

Secretaria de Cultura do Estado através da Diretoria de Museus do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (DIMUS-IPAC) faz um convite especial. O motivo? A inauguração da nova expografia do Museu Ilê Ohum Lailai.




O projeto do museu é de Mãe Stella Ode Kayodé, Yalorixá que comanda o terreiro do Cabula que completou 100 anos em 2010. Uma pesquisa idealizada por ela e pela psicóloga Vera Felicidade, Oni Kówé, após a visita da Iyalorixá à Nigéria, onde conheceu três museus que inspiraram a criação do Lailai. “Um dos museus tinha uma proposta bem simples, contava a história da cidade através de objetos do dia a dia. Lembrei de todo o material que possuíamos, das roupas de Mãe Aninha, dos objetos de Mãe Senhora, tudo meio espalhado. Começamos a criar o Lailai a partir desta ideia: mostrar a evolução do candomblé a partir de nossa própria história”, conta Mãe Stella, ela própria guardiã de muitas memórias do Ilê Axé Opô Afonjá.

Na próxima quarta-feira (16/02), a partir das 11h o Museu Ilê Ohum Lailai (Casa das Coisas Antigas em Yorubá) volta às atividades a partir das 11h com uma bela exposição composta por mais de 750 peças, que fazem parte da história centenária do terreiro de candomblé. Todo acervo reflete e reúne a riqueza da tradição e a glória de um dos terreiros de santo mais importantes para memória do Brasil. 

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A Primeira Dama do Estaleiro Mac Laren Oil

Vocês sabiam que a única mulher a comandar um estaleiro no mundo é uma brasileira?
A Presidente do Estaleiro Mac Laren em Niteroi é Gisela Mac Laren, considerada a Primeira Dama do Estaleiro. Nas indústrias pesadas, como a naval ainda é comum estranhar mulheres a frente de algumas atividades, é por isso que a presença de Gisela Mac Laren continua a causar estranheza. Aos 43 anos a bela continua forte na atuação multiplicando a herança da família com um toque que só as mulheres especiais tem.

Tive a honra de conhecer Gisela. Além de grande mulher, mãe e empresária, tem a alma de artista e carrega consigo verdadeiro amor pelas artes. Conversei muito com Gisela, nós temos algumas coisas em comum, uma delas é a paixão pelo nosso amigo, o artista Frans Krajcberg. Recentemente, em visita ao Estaleiro em Niteroi-RJ, vi uma novidade na sala de Gisela, ela pendurou três fotografias de Frans Krajcberg na parede da sala da presidência. Um verdadeiro mimo!

Desde os 15 anos de idade a menina que sonhava ser cantora se viu iniciando a carreira promissora no universo empresarial como escrituária no estaleiro Mac Laren Oil e apesar da oposição do seu Pai Arthur Mac Laren que não aceitava ver Gisela atuando profissionalmente no meio de inúmeros homens, Gisela continuou trabalhando e provou que era capaz de romper fronteiras e preconceitos até se tornar uma das mulheres mais admiráveis do país. Para saber detalhes sobre a história do Estaleiro Mac Laren é só visitar o site http://maclaren.com.br

Ela tem bossa e muita sensibilidade...


Foto: reprodução


Foto: reprodução

Foto: Clarissa Monteagudo

 
Foto: reprodução