MENAS: o certo do errado, o errado do certo
“Se alguém usou uma palavra, ela existe.”
Este é um dos motes da exposição que o Governo do Estado de São Paulo
realiza no Museu da Língua Portuguesa até o dia 27 de junho de 2010
Foto: reprodução
Esta será a sexta exposição a ocupar o espaço das exposições temporárias, reforçando o papel do Museu como importante espaço educador e difusor da língua portuguesa.
Menas. O próprio título da exposição é uma provocação. Mesmo sabendo que “menos” é um advérbio, portanto, invariável, quantas vezes já não ouvimos a “concordância” com o gênero feminino por pessoas das mais diferentes classes e idades. Para os curadores da exposição, os professores Ataliba T. de Castilho e Eduardo Calbucci, Menas está na fronteira entre tudo o que não vale e o vale-tudo. E essa provocação é a proposta da exposição que ocupa cerca de 450 m2 do Museu da Língua Portuguesa com sete instalações para enumerar nossos “erros” linguísticos mais comuns, entender por que erramos e discutir a amplitude e a criatividade da língua.
O título e a ideia da exposição partiram do próprio secretário de Cultura do Estado de São Paulo, João Sayad. Segundo ele “a exposição pretende discutir criticamente o hábito, que não é apenas do brasileiro, de catalogar discursos e enunciadores em certo e errado, educados e despreparados. A língua é bem público e vivo, enriquecido e modificado por todos os falantes. É natural que os donos da língua, ou os 'cultos e educados' protestem e reajam quando ela é apropriada por intrusos que falam diferente. Mas a alteração e o 'erro' são parte do jogo de todas as línguas vivas.”
O diretor do Museu da Língua Portuguesa, Antonio Carlos de Moraes Sartini, tem certeza de que a Menas aproximará ainda mais o Museu de seu grande público, já que a exposição tratará de questões presentes no nosso dia a dia. “A exposição, além de muito interativa e divertida, mostrará aos visitantes os principais fatores que nos levam a fugir da norma culta do idioma e, também, reforçará a ideia da existência e pertinência dos vários padrões de linguagem que devem, ou deveriam, ser dominados por todos, criando verdadeiros usuários poliglotas de uma só língua, no caso a portuguesa”, conclui.
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