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terça-feira, 11 de junho de 2013

Paisagem Fragmentada; Série Camelódromo”- Silvério Guedes



Exposição de Fotografias – “Paisagem Fragmentada; Série Camelódromo”- Silvério Guedes



A Galeria Nelson Daiha do SENAC Pelourinho promoverá a abertura da exposição individual Paisagem Fragmentada: Série Camelódromo do fotógrafo Silvério Guedes, no próximo dia 15, sábado, no período das 16 as 19h. A mostra ficará em cartaz até o dia 13 de junho.

 Para está exposição o artista selecionou 15 fotos, sob a curadoria de Justino Marinho e Ligia Agiar, entre as centenas de imagens que produziu, registrando Camelódromos em cidades baianas e mineiras. “Denomina-se Camelódromo o local, geralmente escolhido por autoridade municipal, em que camelôs têm licença para exercer suas atividades”.


Silvério Guedes é mineiro de Barbacena, mas reside na Bahia desde 1984. Seus primeiros contatos com as artes visuais aconteceram através da pintura quando ainda residia em sua cidade natal. Na Bahia, utilizando a pintura, sua primeira participação em uma mostra coletiva aconteceu em 1990, na Galeria O Cavalete. Outras participações em mostras coletivas de pinturas aconteceram posteriormente em galerias e museus baianos, inclusive em salões oficiais.


A fotografia passou a fazer parte, de forma profissional, da vida do artista em 2007 e sua primeira exposição individual, reunindo fotografias autorais, foi realizada em setembro de 2009, no Centro de Cultura e Arte da Universidade Estadual de Feira de Santana. Anteriormente, participou de mostras coletivas e da IX Bienal do Recôncavo (2009) e posteriormente, realizou exposição individual na Galeria da Associação Cultural Brasil Estados Unidos (2010). Recebeu Prêmio de Aquisição no Salão de Artes Visuais de Vinhedo, São Paulo (Setembro de 2011). Atualmente possui obras em acervos de galerias importantes de Salvador e em acervos de instituições publicas relevantes. Este ano, no período de 09 a 25 de maio, realizou exposição individual na Galeria de Arte da Casa de Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais.

Para fotografar os Camelódromos, Silvério não se deteve no registro da amplitude da paisagem de forma convencional, buscou ângulos e detalhes que passam a ideia de abstrações ou imagens construtivas. Seu interesse maior, é passar ao espectador uma nova forma de imaginar a paisagem.


Graduado em geografia, o fotógrafo conhece os ensinamentos sobre as teorias do que é a paisagem, daí sua sabedoria no momento de escolher os ângulos ou sobre a forma de interpretá-las. As fotos foram feitas em horas variadas durante o dia, aproveitando sempre os melhores momentos de incidência de luz.


É óbvio que quem observa as fotos expostas não faz ideia do que seja realmente um camelódromo. Nos registros expostos, o lirismo e as sutilezas olhar artístico contrastam com a realidade. O título Paisagem Fragmentada: Série Camelódromo pretende exatamente mostrar o ponto de partida das imagens e o contraste entre o sonho e a realidade. O que poderiam ser imagens banais extraídas do cotidiano se transformam em visões originais e surpreendentes.


A fotografia contemporânea dá ao artista a liberdade de criação para invadir o mundo dos sonhos e criar imagens interiores a partir de paisagens e objetos concretos.
Fotos: Silvério Guedes 














Serviço:
Exposição de Fotografia
Título: Imagem Fragmentada/Série Camelódromo

Curadoria: Justino Marinho e Ligia Aguiar
Fotografo:  Silvério Guedes
Local: Galeria de Arte Nelson Daiha
Endereço: SENAC Pelourinho – Largo do Pelourinho.13/19, Centro Histórico, salvador – Bahia
Abertura: 15 de junho, sábado, das 16 às 19 h.
Visitação: 15/06 a 13/07 de segunda a sábado das 09 às 17 horas.

Entrada Franca.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

ARTE NA MESA DA ARTISTA DULCE CARDOSO MOSTRA CERÂMICA UTILITÁRIA

A Galeria Nelson Daiha do SENAC Pelourinho promoverá a abertura da exposição individual ARTE NA MESA, da ceramista Dulce Cardoso, no dia 18 de maio de 2013, sábado, às 16h. A mostra ficará em cartaz até o dia 01 de junho.


Para esta exposição, a artista produziu 12 peças utilitárias, moldadas e esmaltadas, umas na cor branca e outras de fortes coloridos. São peças que podem, literalmente, ir à mesa, como também servir de elemento decorativo. Informa o artista e crítico Justino Marinho, curador da mostra.

“Pensei nas peças em função da galeria estar ligada ao Museu da Gastronomia do SENAC”, enfatiza Dulce, referindo-se ao simpático espaço que fica no largo do Pelourinho e que diariamente recebe dezenas de visitantes interessados nos segredos da nossa gastronomia.

Dulce Cardoso começou a trabalhar profissionalmente com a cerâmica no início dos anos 1980, quando realizou curso livre nas Oficinas do Museu de Arte Moderna da Bahia- MAMBA. Anteriormente, já havia visitado os oleiros de Maragogipinho e conhecido o Mestre Vitorino, através de quem tomou conhecimento da existência das Oficinas do MAMBA. Também já havia conhecido o famoso ceramista Udo Knoff e sua esposa Hortência, que ministravam curso livre na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia.

Após seis meses de aprendizado nas Oficinas do MAMBA (1984), juntamente com um grupo de ceramistas argentinos, aprendeu os segredos da utilização das tintas e esmaltes aplicados na decoração das peças de cerâmica.

Profissional dedicada, Dulce traduziu uma série de apostilas do espanhol para o português, se empenhou no estudo, e partiu para suas experiências e descobertas.

Após sedimentar seus conhecimentos iniciais, transgrediu as normas convencionais, tradicionalmente ensinadas nos cursos e escolas, e foi criando suas próprias convicções.

Das pequenas peças confeccionadas inicialmente, passou a trabalhar com objetos maiores e mais complexos. Atualmente, é detentora dos muitos segredos da cerâmica, desde o preparo da argila até a queima em seus diversos fornos.

Participou de feiras, salões oficiais, exposições coletivas e realizou também, mostras individuais em galerias de Salvador e de outras cidades do país, além de exposições individuais realizadas no Museu de Arte Moderna da Bahia, no Museu Udo Knoff e no Museu Abelardo Rodrigues.

Seus grandes painéis podem ser vistos em vários locais. No Centro de Convenções de Salvador, no Complexo de Sauípe, no Hotel Portal de Lençóis e na Escola de Musica da UFBA, além de residências particulares.

Dulce desenvolveu também, um trabalho utilizando a cerâmica e o vidro. Técnica que aprendeu em 1996, em São Paulo, com o professor uruguaio Roberto Bonino (1932-2008), conhecido como o Mestre Vidreiro e especialista na técnica do “FUSING”. O FUSING é a técnica utilizada para moldar uma ou mais placas de vidro plano, através de moldes criados previamente pelo artista, sendo submetidos à temperaturas elevadas em fornos apropriados, onde vão se fundir, se acomodar e assumir novas formas.

Em Buenos Aires, estudou com o importante ceramista argentino Jorge Fernandez Chiti (1940) que possui inúmeros livros editados sobre a arte cerâmica na Argentino.

Em seu atelier, a artista tem formado dezenas de profissionais e criado centenas de peças nas quais imprime sua marca pessoal.

Dulce lamenta a falta de uma maior união entre os artistas da cerâmica e a falta de interesse desses profissionais pelo fortalecimento da Associação que já existe e já teve seus dias de ascensão e de atuação significativa. “A união desses profissionais daria uma maior visibilidade a cerâmica e ajudaria a divulgar muito mais sua importância”, afirma Dulce.

A cerâmica passou a existir quando o homem saiu da caverna e se tornou agricultor. Quando ele notou que precisaria de vasilhas para armazenar água, alimentos e sementes para a próxima safra. Existem pistas da existência da cerâmica há milhares de anos antes da era cristã. No Brasil estudos arqueológicos indicam a presença de uma cerâmica mais simples criada na região amazônica por volta de 5.000 anos atrás.

Fotos: Silvério Guedes








SERVIÇO:

Exposição individual: ARTE NA MESA CERÂMICAS UTILITÁRIAS
Artista: DULCE CARDOSO
Local: Galeria Nelson Daiha do SENAC Pelourinho Largo do Pelourinho, 13/19, Tel.: (71) 3324-8117
Dia: 18 de maio de 2013, sábado.
Horário abertura: 16h às 19h
Visitação: De 19.05 a 11.06.2013 Segunda-feira a sábado das 09h às17h
Entrada franca

Paulo Vanzolini, um homem de moral

Hoje o Brasil se despede de um dos maiores compositores Música Popular Brasileira, Paulo Vanzolini, o zoólogo que teve sua trajetória registrada no documentário “Paulo Vanzolini, um homem de moral” um filme musical dirigido por Ricardo Dias. Autor de canções clássicas como “Honda” e “Volta Por Cima” Paulo deixa deixa saudades... Tinha 89 anos e estava internado desde quinta-feira(25), na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O músico deixou o Brasil de luto ontem (28). A causa da morte não foi divulgada pela família.O enterro de Vanzolini deverá ocorrer na tarde desta segunda-feira(29) no Cemitério da Consolação, no Centro da capital paulista. A família não precisou o horário. Velório e enterros são fechados ao público. Um Brasileiro de moral que parte e deixa uma obra encantadora. Vamos recordar...

 Foto:reprodução


sábado, 27 de abril de 2013

Atenção mamães de plantão!

O segundo domingo de maio é seu. Mas quem ganha o presente é sua filha. Tal mãe, tal filha é uma tendência inovadora e uma mania que já contagiou o Jet-set internacional – famosas do mundo inteiro já aderiram a idéia. Em Salvador, a Hug Bee cria uma moda lúdica com conceito inovador. Assim, mães e filhas encontram caminhos para combinação de modelos com tons e estampas casadinhas para arrasarem por aí. Toda menina chega nessa fase de vestir as coisas da mãe, uma busca infinita que vai dos saltos até as cores do batom. O mais importante é equilibrar isso tudo, o que não fica difícil com uma mãozinha da Hug Bee. Além de roupas iguais para mãe e filha, agora tem uma parceria com a loja Doce Mel Kids que segue a tendência das casadinhas com a proposta “tal o pai, tal filho”, de acordo com o seu estilo – assim os meninos não ficam de fora. Mãe, agora você tem mais uma inspiração, é só procurar Hug Bee e montar seu look para tornar seu dia inesquecível... 

Produção: 3D Motion
Portfólio: mauriciocalleia.blogspot.com


 Foto: reprodução

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

STEFAN ZWEIG em Cartaz!

STEFAN ZWEIG VAI AO CINEMA
05 a 09 de dezembro de 2012



 A Cinemateca Brasileira promove neste mês uma mostra em homenagem ao escritor austríaco Stefan Zweig (1881-1942), um dos autores mais adaptados na história do cinema. Em parceria com a Casa Stefan Zweig, e com a curadoria do jornalista Alberto Dines, autor da biografia Morte no Paraíso – a tragédia de Stefan Zweig, a mostra exibe uma série de adaptações de obras do autor para o cinema, entre elas o filme O medo (1954), de Roberto Rossellini, estrelado por Ingrid Bergman, e a produção brasileira A coleção invisível (2012), de Bernard Attal, ainda inédita nas salas brasileiras.

No dia 05 de dezembro, às 20h00, durante a abertura da mostra, Alberto Dines conversa com o público após a projeção do filme de Bernard Attal. Nascido em Viena, filho de uma abastada família judaica, Zweig estudou literatura e filosofia em sua cidade natal. Depois de publicar poemas em revistas literárias, lançou seu primeiro livro em 1901, o volume de versos Silberne Saiten. A partir de então, iniciou sua colaboração com a imprensa e um intenso intercâmbio intelectual, marcado por viagens pela Europa e por outros continentes, por muitos livros e pela convivência com personalidades centrais da vida cultural europeia como os escritores Rainer Maria Rilke, Arthur Schnitzler, James Joyce e o criador da psicanálise Sigmund Freud.

Transitando por gêneros diversos, da poesia ao teatro, passando pela novela e pela biografia, sua obra alcançou notável sucesso nas décadas de 1920 e 1930, fato que instigou vários produtores, da URSS aos Estados Unidos, a adaptarem seus escritos para o cinema. Contos e novelas como O medo, 24 horas na vida de uma mulher, Carta de uma desconhecida, A coleção invisível, Uma partida de xadrez, entre outros, foram levados às telas em mais de uma oportunidade, por cineastas de nacionalidades e linhas estéticas diversas. Cinéfilo, Zweig ainda se aventurou na escrita de roteiros. Sua rica experiência artística foi também influenciada pelos trágicos acontecimentos ocasionados pela Segunda Guerra Mundial. Seus livros foram queimados publicamente pelo regime nazista. Em meados dos anos 1930, viajou para a América Latina, passando pela Argentina e pelo Brasil, logo se encantando com o país, que também o acolheria. Diante da queda de Paris e do avanço das tropas de Hitler, Zweig voltou a seu “paraíso tropical” em 1940, a fim de reunir material para o livroBrasil, um país do futuro. No ano seguinte, ao lado da esposa, instalou-se definitivamente em Petrópolis. Na pacata cidade carioca, ainda produziu obras importantes como Uma partida de xadrez. Em 1942, num gesto atribuído à depressão causado pela guerra e pela escalada nazista, Zweig se suicidou ao lado de Lotte Altmann, sua segunda mulher.

Além dos dois títulos citados, a mostra STEFAN ZWEIG VAI AO CINEMA inclui ainda as seguintes produções: Segredo ardente (1933), de Robert Siodmak, Carta de uma desconhecida (1948), de Max Ophuls, Até o último obstáculo (1960), de Gerd Oswald, e os documentários brasileiros Zweig: a morte em cena (1995), de Sylvio Back, e Stefan Zweig, paraíso utópico (2012), de Ricardo Miranda. Uma das obras-primas do cineasta alemão Gerd Oswald, cineasta pouco conhecido no Brasil, Até o último obstáculo narra a história de um intelectual perseguido pela Gestapo.

O filme foi uma das atrações da Sessão Comodoro, organizada pelo diretor Carlos Reichenbach em 2008. Carta de uma desconhecida é também uma das obras mais cultuadas da filmografia de Max Ophuls, autor do clássico Lola Montès (1955). Fechando a programação de raridades, Segredo ardente conta a história de um menino que tem de lidar com as investidas de um dândi sobre sua mãe. Comédia baseada no romance homônimo de Zweig, foi o último filme de Siodmak dirigido na Alemanha, antes da ascensão nazista. Assim como Ophuls, Siodmak construiu sólida carreira no exterior, tornando-se famoso pela série de thrillers policiais que rodou. Segredo ardente, Até o último obstáculo e O medo serão projetados em cópias 35mm, pertencentes ao acervo de cinematecas europeias.

 Serviço 
 CINEMATECA BRASILEIRA
 Largo Senador Raul Cardoso, 207 próxima ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215) Ingressos: R$ 8,00 (inteira) / R$ 4,00 (meia-entrada) Atenção: estudantes do Ensino Fundamental e Médio de escolas públicas têm direito à entrada gratuita mediante a apresentação da carteirinha.

O Frevo pernambucano é Patrimônio da Humanidade

Logo após o anúncio, grupos de frevo deram um colorido brasileiro à solenidade que aconteceu em Paris

Foto: reprodução


Foto: Montserrat Bevilaqua

Ministra comemora aprovação do Frevo como Patrimônio Imaterial da Humanidade Durante a 7ª Sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, realizada na sede da Unesco, nesta quarta-feira (05), a candidatura do Frevo – Expressão Artística do Carnaval do Recife como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade foi aprovada. A ministra da Cultura, Marta Suplicy, a presidenta do IPHAN, Jurema Machado e autoridades brasileiras estiveram presentes na solenidade. Marta comemorou o resultado: “É extremamente importante a escolha do frevo. Ele é uma força viva. Para nós, o frevo junta dança, música, artesanato. É um enorme orgulho, ter todas estas capacidades reconhecidas.”.

A ministra ressaltou, também, que “ter essa possibilidade de reconhecimento em nível internacional, ajuda manter e preservar nossa riqueza.”. Anunciada a aprovação, a ministra discursou em agradecimento e valorização da importância do reconhecimento que o Frevo obteve. Marta também mencionou o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros, que estava presente e foi bastante aplaudido. Jurema Machado explicou que o Frevo foi inscrito pelo Iphan no Livro de Registro das Formas de Expressão em fevereiro de 2007. Esse é o primeiro passo para todo o trâmite que se encerrou com a aprovação do Frevo como Patrimônio Imaterial da Humanidade no dia de hoje: “Toda tramitação de candidatura é baseada na convenção existente, um conjunto de normas divididas em categorias. O país interessado prepara um dossiê dentro das regras, há uma análise técnica por órgãos que assessoram a Unesco, depois vai à plenária para votação”. “O reconhecimento da UNESCO sempre dá maior visibilidade e salvaguarda de proteção para os bens, tanto nacional quanto internacionalmente.” completou Jurema. Entre os países membros do Comitê presentes em Paris, além do Brasil, estiveram Albânia, Azerbaijão, Bélgica, Burkina Faso, China, República Checa, Egito, Espanha, Grécia, Granada, Indonésia, Japão, Quirguistão, Letônia, Madagascar, Marrocos, Namíbia, Nicarágua, Nigéria, Peru, Tunísia, Uganda e Uruguai. Frevo – Expressão Artística do Carnaval do Recife Ministra junto do grupo de Frevo que contagiou Paris É uma forma de expressão musical, coreográfica e poética, enraizada no Recife e em Olinda, no Estado de Pernambuco.

Trata-se de um gênero musical urbano que surgiu no final do século XIX, no carnaval, em um momento de transição e efervescência social como uma forma de expressão popular nessas cidades. O Frevo é formado pela grande mescla de gêneros musicais, danças, capoeira e artesanato. É uma das mais ricas expressões da inventividade e capacidade de realização popular na cultura brasileira. Possui a capacidade de promover a criatividade humana e também o respeito à diversidade cultural. As bandas militares e suas rivalidades, os escravos recém-libertos, os capoeiras, a nova classe operária e os novos espaços urbanos foram elementos definidores da configuração do frevo.

Do repertório eclético das bandas de música, composto por variados estilos musicais, resultaram suas três modalidades, ainda vigentes: frevo de rua, frevo de bloco e frevo-canção. Desde suas origens, o frevo expressa protesto político e crítica social em forma de música, dança e poesia, constituindo-se em símbolo de resistência da cultura pernambucana e expressão significativa da diversidade cultural brasileira. O Frevo se concentra nos bairros centrais do Recife (considerados o território embrionário do frevo), no Sítio Histórico de Olinda e bairros olindenses de Águas Compridas, Bairro Novo, Caixa D’água, Jardim Atlântico e Peixinhos. O frevo ocorre, também, em outras cidades brasileiras: Brasília – DF, Campina Grande – PB, João Pessoa – PB, Maceió – AL, Rio de Janeiro – RJ, São Paulo – SP e Salvador – BA. 

(Texto Adélia Soares e Montserrat Bevilaqua)

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Consciência Negra no Museu Afro Brasil

Abertura das exposições no Dia da Consciência Negra 
 20 de novembro, às 13h 
 "Dois Irmãos. João e Arthur Timótheo da Costa" 
"Arte, Adorno, Design e Tecnologia no Tempo da Escravidão"
 "Pérolas Negras", de Miro


 "Pérolas Negras", de Miro 



Um dos mais importantes fotógrafos de editoriais de moda e publicidade no Brasil, Miro (nome artístico de Azemiro de Sousa) vai expor pela primeira vez em um museu. Convidado por Emanoel Araujo para realizar um trabalho inédito para o Museu Afro Brasil, Miro levou um ano para alcançar o resultado de "Pérolas Negras".

 Inicialmente, surgiu a ideia de fotografar modelos negros num fundo preto, com tecidos pretos. "A primeira (etapa) ficou um pouco fashion demais. Comecei a pensar em outras coisas e a mudar a textura dos tecidos. Ficou meio pop. Voltei atrás e comecei a pesquisar uma coisa mais africana. Eu não queria que ficasse como fantasia, queria algo que desse mais para a origem do que só a foto de um negro. Comecei a produzir tudo em preto e só um pouquinho em color. Conheci angolanos que moram em São Paulo e decidi fotografá-los", relata Miro. 

Numa terceira etapa, ele clicou personalidades negras como Zezé Motta, Haroldo Costa, Zózimo Bulbul, Milton Gonçalves, Luiz Melodia e Adriana Alves. "Aí, a gente fechou", conta. "Faço publicidade e editoriais. Para falar a verdade, foi a primeira vez que alguém me convidou para fazer um trabalho em museu. Foi isso que me atordoou", confessa o artista, que já trabalhou com revistas como "Cláudia", "Marie Claire" e "Vogue". 


Na Fotografia, Zezé Motta



Nafo Fotografia, Luiz Melodia




 Os Dois Irmãos. João e Arthur Timótheo da Costa 

Nascidos no Rio de Janeiro, no final do século XIX, em uma família numerosa e pobre, os irmãos Arthur Timótheo da Costa (1882-1922) e João Timótheo da Costa (1879-1932) participaram de diversas exposições nacionais e internacionais, marcando a pintura brasileira com obras que revelam competência e beleza. 

Com essa grande exposição, o Museu Afro Brasil comemora seus 8 anos de fundação e pretende destacar a importância histórica e cultural dos dois pintores negros."Em ambos se percebe o nascimento de uma pintura vigorosa, densa, texturada, nervosamente grafada com liberdade e exuberância colorista. Se a morte não tivesse ceifado tão prematuramente suas vidas, eles, por certo, seriam os primeiros artistas modernos do Brasil", defende o curador Emanoel Araujo.

Arthur e João iniciaram seus estudos na Casa da Moeda, como aprendizes de desenho de moedas e selos. Em 1894, ingressaram na Escola Nacional de Belas Artes. Para o crítico José Roberto Teixeira Leite, João Timótheo se destacou especialmente nos nus masculinos, mas também nos retratos de modo geral, com um desenho sensível e colorido. Por sua vez, atribui-se a Arthur Timótheo uma tendência pré-modernista nas obras da maturidade, as quais, para Teixeira Leite, se aproximam do "Expressionismo ao fazer um colorido dramático, de um desenho quase taquigráfico e de uma caligrafia pictórica nervosa e encrespada". 

Irmanados na carreira artística, ambos ultrapassaram os duros desafios de negros e mulatos no início do século XX, mas compartilharam igualmente um triste final: ambos faleceram no Hospital de Alienados, no Rio de Janeiro. 

 Arte, Adorno, Design e Tecnologia no Tempo da Escravidão

 A exposição contará com mais de 70 objetos de ofícios urbanos e rurais - muitos deles usados em fazendas e engenhos de açúcar -, compondo um conjunto que realça as contribuições dos negros para a ciência e a tecnologia no Brasil. No espaço central do museu, o visitante vai conferir moendas de açúcar, prensas de folha de tabaco, mesas de lapidação, moendas de milho, forjas de ferreiro, plainas de marceneiros, entre outros objetos que remetem aos séculos XVIII e XIX. "Por muito tempo, interessou aos que escreviam a História do Brasil reforçar um passado sofrido e 'coisificado' com o intuito de cristalizar imagens de uma suposta subalternidade. Portanto, essa exposição reescreve a História da Tecnologia do Brasil, pois resgata a Nação sendo construída pelas mãos dos africanos, trazendo assim uma imagem positiva do negro, fundamental para assumirmos com orgulho a presença em nossa identidade", afirma o diretor-curador Emanoel Araujo.

 "Desde o século XVIII, os escravos que predominaram na região de Minas Gerais, no auge da produção de ouro, eram originários da Costa da Mina, lugares da África onde os conhecimentos da mineração e metalurgia do ouro eram altamente desenvolvidos", acrescenta Araujo. Eles levavam para essas áreas um amplo conhecimento das técnicas metalúrgicas e mineradoras, da ourivesaria crioula, da marcenaria, da plantação e da colheita de café e açúcar, da construção de máquinas de engenhos. "Estes homens transmitiram suas habilidades e conhecimentos para seus descendentes, principalmente pela competência do fazer e da oralidade", o curador destaca.

 Imperdível!!! 

 Serviço:

Museu Afro Brasil
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n
Parque Ibirapuera - Portão 10
São Paulo / SP - Brasil - 04094 050
Fone: 55 11 3320 8900