STEFAN ZWEIG VAI AO CINEMA
05 a 09 de dezembro de 2012
A Cinemateca Brasileira promove neste mês uma mostra em homenagem ao escritor austríaco Stefan Zweig (1881-1942), um dos autores mais adaptados na história do cinema. Em parceria com a Casa Stefan Zweig, e com a curadoria do jornalista Alberto Dines, autor da biografia Morte no Paraíso – a tragédia de Stefan Zweig, a mostra exibe uma série de adaptações de obras do autor para o cinema, entre elas o filme O medo (1954), de Roberto Rossellini, estrelado por Ingrid Bergman, e a produção brasileira A coleção invisível (2012), de Bernard Attal, ainda inédita nas salas brasileiras.
No dia 05 de dezembro, às 20h00, durante a abertura da mostra, Alberto Dines conversa com o público após a projeção do filme de Bernard Attal.
Nascido em Viena, filho de uma abastada família judaica, Zweig estudou literatura e filosofia em sua cidade natal. Depois de publicar poemas em revistas literárias, lançou seu primeiro livro em 1901, o volume de versos Silberne Saiten. A partir de então, iniciou sua colaboração com a imprensa e um intenso intercâmbio intelectual, marcado por viagens pela Europa e por outros continentes, por muitos livros e pela convivência com personalidades centrais da vida cultural europeia como os escritores Rainer Maria Rilke, Arthur Schnitzler, James Joyce e o criador da psicanálise Sigmund Freud.
Transitando por gêneros diversos, da poesia ao teatro, passando pela novela e pela biografia, sua obra alcançou notável sucesso nas décadas de 1920 e 1930, fato que instigou vários produtores, da URSS aos Estados Unidos, a adaptarem seus escritos para o cinema. Contos e novelas como O medo, 24 horas na vida de uma mulher, Carta de uma desconhecida, A coleção invisível, Uma partida de xadrez, entre outros, foram levados às telas em mais de uma oportunidade, por cineastas de nacionalidades e linhas estéticas diversas. Cinéfilo, Zweig ainda se aventurou na escrita de roteiros.
Sua rica experiência artística foi também influenciada pelos trágicos acontecimentos ocasionados pela Segunda Guerra Mundial. Seus livros foram queimados publicamente pelo regime nazista. Em meados dos anos 1930, viajou para a América Latina, passando pela Argentina e pelo Brasil, logo se encantando com o país, que também o acolheria. Diante da queda de Paris e do avanço das tropas de Hitler, Zweig voltou a seu “paraíso tropical” em 1940, a fim de reunir material para o livroBrasil, um país do futuro. No ano seguinte, ao lado da esposa, instalou-se definitivamente em Petrópolis. Na pacata cidade carioca, ainda produziu obras importantes como Uma partida de xadrez. Em 1942, num gesto atribuído à depressão causado pela guerra e pela escalada nazista, Zweig se suicidou ao lado de Lotte Altmann, sua segunda mulher.
Além dos dois títulos citados, a mostra STEFAN ZWEIG VAI AO CINEMA inclui ainda as seguintes produções: Segredo ardente (1933), de Robert Siodmak, Carta de uma desconhecida (1948), de Max Ophuls, Até o último obstáculo (1960), de Gerd Oswald, e os documentários brasileiros Zweig: a morte em cena (1995), de Sylvio Back, e Stefan Zweig, paraíso utópico (2012), de Ricardo Miranda. Uma das obras-primas do cineasta alemão Gerd Oswald, cineasta pouco conhecido no Brasil, Até o último obstáculo narra a história de um intelectual perseguido pela Gestapo.
O filme foi uma das atrações da Sessão Comodoro, organizada pelo diretor Carlos Reichenbach em 2008. Carta de uma desconhecida é também uma das obras mais cultuadas da filmografia de Max Ophuls, autor do clássico Lola Montès (1955).
Fechando a programação de raridades, Segredo ardente conta a história de um menino que tem de lidar com as investidas de um dândi sobre sua mãe. Comédia baseada no romance homônimo de Zweig, foi o último filme de Siodmak dirigido na Alemanha, antes da ascensão nazista. Assim como Ophuls, Siodmak construiu sólida carreira no exterior, tornando-se famoso pela série de thrillers policiais que rodou. Segredo ardente, Até o último obstáculo e O medo serão projetados em cópias 35mm, pertencentes ao acervo de cinematecas europeias.
Serviço
CINEMATECA BRASILEIRA
Largo Senador Raul Cardoso, 207
próxima ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)
Ingressos: R$ 8,00 (inteira) / R$ 4,00 (meia-entrada)
Atenção: estudantes do Ensino Fundamental e Médio de escolas públicas têm direito à entrada gratuita mediante a apresentação da carteirinha.
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