Meu artigo publicado ontem no Caderno de opinião do A
Tarde
Dadá Jaques/Divulgação
Quando o artista
plástico Sante Scaldaferri diz “para mim arte é vida, porque não posso viver
sem arte”, nos convida a dialogar com a sua obra e ilumina o olhar de quem se
permite sentir emoção diante dela – uma experiência estética fantástica! Um dos
maiores representantes do Movimento de Arte Moderna
dos anos 40 na Bahia, representada como a segunda geração dos artistas baianos.
Sua pintura atende ao chamado de sua ânima, o religioso se particulariza, o POP se refunde no erudito
e nessa conjuntura, o nordeste se torna universal. Parafraseando George Bernard Shaw, vencedor do prêmio Nobel de
literatura: “Os espelhos são usados para ver o rosto; a arte para ver a alma”.
Com ex-voto encontrado na Igreja São Francisco do Canindé, no
Ceará, através elementos da sua “escrita”, com a colocação do rabicho de porco,
Sante introduziu o antropomorfismo na sua obra. A junção do popular com o
religioso, uma convenção contemporânea que ilustra a peregrinação do povo nordestino
muito presente em seu traço. Esta fase, sem sombra de dúvidas é um dos pontos
culminantes de sua carreira como pintor e responsável pela inscrição na
história da arte na Bahia e no Brasil. Estudou na Escola de Belas Artes da UFBA,
já trabalhou como ator, cenógrafo, gravador, tapeceiro e professor.
Participou
de salões e Bienais no Brasil. Despontou no cenário internacional com
exposições na França, Itália, Suiça entre outras mostras coletivas realizadas
na Venezuela, Inglaterra, China, Senegal, Argentina e Portugal. Suas pinturas, “Vaqueiro” e “Romeiros de Monte
Santo” entraram na Christie's em Nova Iorque, principal casa de leilões ao redor do
mundo, recordista na recuperação do mercado de arte internacional. No último
leilão este ano, a casa vendeu todas as obras brasileiras e fez girar quase US$
2,8 milhões. Entre as aquisições se destacaram dois Portinari, um Iberê Camargo,
um Guinard e outros. A maioria dos mestres consagrados já
participou do calendário dos leilões, Scaldaferri foi o primeiro baiano. Um
orgulho do nordeste cobiçado no exterior.
Imagens: reprodução
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