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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Assis Valente, orgulho para o "Samba"

Santamarense por escolha, José de Assis Valente nasceu na cidade baiana de Pateoba, no dia 19 de março de 1911, pelo menos é o que consta na certidão de casamento. Assis sempre disse que Santo Amaro era sua terra natal. Criado por uma família que o tirou dos pais, viveu em Santo Amaro, passou dificuldades desde criança. Tratado como empregado, mudou-se para a capital baiana onde estudou desenho no Liceu de Artes e Ofícios da Bahia e se especializou em próteses dentárias, área profissional que atuou até o fim da vida. 

Dono de uma sensibilidade aguçada e extremo bom gosto, Assis Valente declamava Castro Alves e Guerra Junqueiro, poetas admirados por ele. No ano de 1927, mudou-se para a cidade “maravilhoso”. No Rio de janeiro conseguiu emprego como protético e juntou dinheiro até consegui o suficiente para publicar alguns de seus desenhos. Predestinado a fazer história na arte, em 1930, incentivado por Heitor do Prazeres, compõe seus sambas, o primeiro deles intitulado "Tem Francesa no Morro", gravado pela cantora Aracy Cortes.  Mas o sucesso explodiu mesmo na voz de Carmem Miranda. Pois desde a primeira vez que Assis assistiu a um show da cantora, não sossegou enquanto não se aproximou e entregou a ela a canção "Good Bye, Boy", um marco na história do compositor e sua parceria com Carmem Miranda que gravou na mesma época "Etc", "Tão Grande, Tão Bobo", "Lulu", "Sapateia no Chão", "Minha Embaixada Chegou", "Recadinho de Papai Noel", "Por Causa de Você, Ioiô", dentre outras que somam um total de 25 músicas na voz de Carmen. 


Nos anos 40, o compositor volta a compor para a cantora, recém chegada dos Estados Unidos ao receber a canção “Brasil Pandeiro”, composta especialmente, disse ao parceiro: "Assis, isso não presta. Você ficou borocoxô." Triste com a maneira que a cantora o tratou, segue e a composição ganha repercussão tardia com regravação de “Anjos do Inferno”. Em 1972, por sugestão do guru João Gilberto, “Brasil Pandeiro” ganha nova interpretação pelo grupo dos “Novos Baianos”, mas já havia partido. 


Em 1941, mesmo ano que se casou com Nadili da Silva Santos, se jogou do corcovado e para alegria do povo brasileiro, tentativa de suicídio não funcionou e sua sobrevivência  lhe rendeu um novo sucesso "Fez Bobagem", mais um samba de sucesso. Nos anos 50, fez “Boneca de Pano”, sua última canção gravada pelo grupo Quatro Ases e Um Coringa. Já não era mais lembrado, caia no ostracismo absoluto. Mesmo assim, em 1956, a cantora Marlene tentou fazer um resgate das canções do compositor com o disco "Marlene Apresenta Sucessos de Assis Valente".Aos 50 anos para tristeza de todos, o plano de tirar a própria vida aconteceu e o povo Brasileiro perdeu um dos maiores compositores deste país envenenado por escolha própria... 

Aurora Miranda, Moreira da Silva, Francisco Alves, Bando da Lua, Elza Cabral, Irmãs Pagãs, Almirante, Mário Reis, Sônia Carvalho, Orlando Silva e Carlos Galhardo também incluíram Valente em seus repertórios. O primeiro cantor a gravar a música natalina "Boas Festas" foi Carlos Galhardo, hoje em dia uma canção popularizada no Brasil, muito conhecida  pelo trecho que diz: "Eu pensei que fosse filho de Papai Noel". Assis Valente chegou a compor um total de 153 músicas, entre elas, clássicos que marcaram e continuam marcando momentos da vida de muitos de nós brasileiros, como "Cai, Cai Balão" e "Camisa Listrada". 

Saiba mais a seguir: 
Homenagem ao centenário de Assis Valente
TV Brasil - 30 de dezembro 22:30h
 Trailer

3 comentários:

  1. Você é uma pessoa muito interessante, lutadora, sempre buscando revelar Continue assim. E grande 2012 para vc e seu talento.
    Beijos
    silvio Tendler

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  2. Silviu, vc tem um significado referencial grande em minha trajetória, além de tudo, grande incentivador... Muito obrigada sempre... Que 2012 seja grandioso para todos nós. Saudades!!! Abraços da amigaaaaaaaaaaaa Renata Rocha!!!

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  3. Oi Renata, tudo bem? Gostaria de saber como faço para comprar/adquirir o documentário "O Grito Krajcberg". Sou professora de Artes e sempre incluo o artista em minhas aulas. O documentário seria um instrumento importante para que os alunos entrassem no mundo de Krajcberg. Por favor, aguardo retorno. Pesquisei incansavelmente na internet e não encontrei informações de como adquirir o documentário, tampouco seu e-mail. Obrigada. Meu e-mail é: julmara_artes@yahoo.com.br.

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